segunda-feira, março 19, 2007

Em nome do Filho


Hoje é dia do pai. Do meu Pai, do Pai do meu filho. Para quem acredita, do Pai de todos os Pais, o Pai maior, o Pai celeste.
O Pai do meu filho ensinou-me o amor e sabe rezar. O meu Pai ensinou-me a tolerância: ateu, permitiu que eu estudasse em Colégio de freiras. O Pai maior disse através do seu filho mais amado, Jesus: "Ide e baptizai!".
As freiras ensinaram-me que o baptismo é a apresentação do nosso filho ao Pai maior, o assumir de uma aliança de fé, amor e responsabilidade com os padrinhos, que cuidarão do nosso filho caso a vida resolva ser cruel.
O tempo e o tino, inevitavelmente, empurraram-me para longe da Igreja dos homens, apesar de encontrar sinais da presença de Deus em cada sorriso dos meus filhos.
Em nome Dele, baptizei as meninas. Em nome Dele não baptizarei o menino, porque, com um novo Papa e novos dogmas, não há Igreja em Lisboa que aceite padrinhos divorciados.
Posso baptizar o menino, desde que escolha outros padrinhos. Escolho não ir à Igreja dos homens.
Os padrinhos mantêm-se. Há Deus nos afectos deles pelo meu filho e é quanto me basta.
Haverá algum Padre nesta cidade que tenha lido o livro que ilustra este texto? Obrigado, Ratzinger. Que não tem nenhum filho, que se saiba.
Este blog deseja um feliz Dia dos Pais a todos os papás que cá vêm. A todos, em nome dos seus filhos.

Etiquetas:

18 Comments:

At 19/3/07 8:52 da manhã, Blogger greentea said...

que assim seja, que o tino e o amor te continuem a iluminar a mente!
Se os padrinhos fossem pessoas não divorciadas mas de má indole ou algum padre que tivesse feito um filho enquanto apregoava as Leis do Pai lá no cimo do altar, e depois casasse às pressas de acordo com os ritos e a benção papal já tudo era possivel...

Em nome do teu filho bem amado mantém os padrinhos que escolheste como decerto os melhores para ele, porque os padrinhos são isso mesmo os substitutos dos pais. Pelas mesmas razões q tu, não baptizei a minha filha, deixando-lhe a decisão de o fazer ou não. A madrinha, infelizmente já nos deixou há muito.

Quanto à terapia que falo hoje, tens aí bem perto de ti, em Alcabidexe; não sei se ela tb faz a rapazotes de quatro meses!!

Beijinhos e bom dia de PAI.

 
At 19/3/07 1:19 da tarde, Blogger Pitanga Doce said...

Às vezes a Igreja afasta! Que pena!Mas não há de ser por isso que Miguel não terá as bênçãos de Deus. Aliás já as tem só pelo fato de estar aqui.

beijos Azulinha e feliz Dia dos Pais (que como deves saber no Brasil não é nessa data)

 
At 19/3/07 2:47 da tarde, Blogger melga meiguinha said...

Querida Arara,

Como sabe e, com muita pena minha o dia do pai nunca teve grande significado para mim porque nunca tive uma boa relação com o meu pai.

Quanto ao resto nem vale a pena falar. Penso como o seu pai.

Beijocas.

 
At 19/3/07 2:57 da tarde, Blogger Mónica Lice said...

Confesso que também fico triste com a situação actual da Igreja Católica... Mas o fundamental é não a confundir com o Pai!

Um beijinho grande para ti!

 
At 19/3/07 9:36 da tarde, Blogger vih said...

Há pais e há paizinhos; há filhos e há filhinhos. E há um que disse: há muitas moradas na casa de meu Pai. Nenhuma igreja ou religião é a única e detentora da verdade. Verdade seja dito que a Igraja Católica Apostólica Romana, tem ao longo dos séculos feito muita coisa que depois vem a pedir desculpa, mas volta a cair no mesmo erro. Será burrice, teimosia ou simplesmente falta de memória?
Conheço muita gente não baptizada nem crente que faz maravilhas no mundo, ao ajudar os outros, sem esperar com isso ter um lugar garantido na primeira fila do céu, que deveriam ter nelas os olhos dos que falam em nome do "Amor aos Homens" no "Perdão, sete vezes setenta", etc. mais de que palavras são as acções que ficam na memória.
Bom dia para todos os Pais do mundo e em especial para esses dois que tens: o teu e o do miguel.

 
At 19/3/07 10:26 da tarde, Blogger Madalena said...

Muito sentido o que tu dizes, querida Azulinha. Mil beijinhos para ti e para os Pais que tu "dizes" no post.

 
At 19/3/07 10:27 da tarde, Blogger FFreitas said...

O facto de não aceitarem padrinhos divorciados não é novo, não é dogma instituído por este Papa... Sempre, que me lembre, fez parte das regras da Igreja!
Não posso, no entanto, dizer que concorde com elas e entendo perfeitamente a tua visão!

 
At 19/3/07 10:49 da tarde, Blogger Carlos Malmoro said...

Depois de ler este texto apercebi-me que a instituição igreja ainda está pior do que eu pensava.
Beijocas

 
At 19/3/07 11:23 da tarde, Blogger teresa.com said...

que estranho encontrar alguém que define melhor do que eu aquilo que sinto...
um beijo, aos três!

 
At 19/3/07 11:56 da tarde, Blogger Mocho Falante said...

Ora este Xô Bento é uma delicia de Papa não haja dúvidas...certamente Deus anda um pouco chateado com o rapaz não????

O livro não li, mas a foto da capa recordou-me bem a minha visita a Florença e a bela ponte de Vechio

Beijocas doces

 
At 20/3/07 3:14 da tarde, Blogger Hindy said...

Estou cheia de trabalho! Só passei para deixar um beijinho hindyado.

 
At 21/3/07 12:15 da manhã, Blogger Sinapse said...

No teu post já dizes tudo o que há a dizer sobre o que é importante!



Beijinhos, e felicidade(s)!
Sinapse

 
At 21/3/07 1:44 da manhã, Blogger Angela said...

Faço minhas as palavras de greentea!
Você foi perfeita no que expôs!
Não sabia deste dia dos pais aí em Portugal e aproveito para desejar ao João e ao meu afilhado tão querido, que o dia tenha sido tão lindo quanto eles. Que felicidade poder comemorar este primeiro dia dos pais não é?
O pequeno Miguel já tem a benção dos céus pelo pai e o avô que tem, e, os padrinhos, é claro que foram escolhidos com o coração e não pelas regras! muito amor pra vocês, de nós aqui!

 
At 21/3/07 10:27 da manhã, Blogger calamity jane said...

Não fiques triste, azulinha, q certas coisas não o valem. Os padrinhos serão sempre aqueles que escolheste e que, acredito, o querem ser. O resto são tangas...
Para todos os Pais com P grande, junto a minha voz à tua. É que há muitos pais por aí q não merecem os filhos q têm...

 
At 23/3/07 10:12 da manhã, Blogger AEnima said...

Querida, o baptismo nao eh mais do que um acto da igreja dos homens... essa a que te referes que a idade e o tino te fez afastar. Logo, nao te preocupes, porque o teu menino ja lhe foi apresentado desde o momento de concepcao... e como o abencou! Tao feliz que ele eh agora, com saude, valente, depois de tudo o que passou. Mil beijinhos do coracao.

 
At 24/3/07 11:35 da tarde, Blogger Leonor said...

Sempre que me deparo com situações análogas dizem-me que aqui a paróquia é muito conservadora e que tenho tido azar. Afinal, a minha intuição estava certa e infelizmente a igreja Católica continua surda e cega. Bjs

 
At 29/3/07 7:37 da tarde, Blogger Faz de Conta said...

é uma pena mas a igreja católica "parou" no século passado em que as pessoas não se divorciavam... está na hora de fazer um "update" às regras, não??!!
De qualquer maneira, não fiques triste pois para que o teu menino seja abençoado e protegido, não são precisos intermediários... acredita!

Bjos :o)
Carla

 
At 17/5/07 11:25 da manhã, Blogger Inês said...

essas regras da igreja, como a de não permitir que pessoas divorciadas sejam padrinhos e madrinhas de baptismo é, para mim, uma absoluta discriminação. não me entra na cabeça ou, aliás, no coração, como se pode ser tão insensível face ao que significa a escolha de umas pessoas e não outras para um ritual como esse. mas, infelizmente, para a igreja o "carimbo" de divorciado deve retirar a capacidade de amar das pessoas... ou "danificar-lhes" a alma... acho esta igreja muito triste. e míope.

 

Enviar um comentário

<< Home