Meninas
As duas meninas de Fátima foram repetidamente abusadas por um adulto, familiar próximo. Assim que se apercebeu, Fátima denunciou o ocorrido. Toda a família rompeu com ela. A perícia médica provou que ela e as meninas diziam a verdade. Durante 3 anos as meninas foram vigiadas pelas mais diversas comissões de protecção de crianças, entrevistadas por pediatras, pedopsiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, juízes, advogados. Era para "construir o processo e assegurar as competências da mãe para manter a custódia" (???).
O abusador passeava-se, solto e impune. Abusando livre e leve, talvez, é sabido que costuma ser assim.
Ontem a sentença de um julgamento que começou há 2 meses: 5 anos de pena suspensa, o abusador ainda é jovem, (tem menos de 30 anos), está inserido sócio-profissionalmente, confundiu os sentimentos pelas meninas, (que à época dos abusos tinham ambas menos de 8 anos...), não há razões para pena mais severa.
As meninas continuam presas. Presas à memória dos repetidos abusos, presas ao sistema que as obriga a apresentações regulares aos profissionais de saúde mental que as acompanharão por ordem judicial até à maioridade. A mãe foi condenada a prisão perpétua moral, a culpa de não ter conseguido proteger melhor as filhas a dilacerar-lhe o coração.
A sentença foi proferida por uma JUÍZA. Parece que juíz é uma palavra sem feminino, logo devo ter construído mal a frase anterior.
Tomara que o abusador nunca se encontre com uma das suas filhas, Senhora Doutora Juíz.
Etiquetas: Justiça à Portuguesa
16 Comments:
Grandes injustiças se cometem por aí. É simplesmente horrível o que contas.
Fico na esperança de que se cumpra com todos aquilo que commument se diz: cá se fazem, cá se pagam. É que não me ocorre mais nada!
não há razões para pena mais severa!!!! pois sim E estes gajos não são obrigados a tratarem-se? pois então tirem-nos de circulação!
Ja sabes o efeito que estas noticias tem sobre mim. As vezes gostava de ser avestruz para meter a cabeca na areia e nao ver nem ouvir. Nao consigo. Tento fazer algo, mas nunca sei bem o que. Olha, aos que posso dou um bocadinho do carinho e dos afectos que tenho tido a sorte de recebr ao longo dos anos.
Um beijinho
Quando venho aqui e leio histórias assim, tenho que voltar de novo para me acalmar e poder escrever.
Volto depois.
beijos
Há coisas para as quais não consigo sequer encontrar palavras...
Bom, mudando de assunto, tem prémio para si no Guacharela.
Bjocas grandes,
Este comentário foi removido pelo autor.
Por muito que tente, não consigo perceber o porquê de continuarem a utilizar a palavra "justiça" em casos como estes.
É uma vergonha.
:-(
Existem crimes que nem sequer deveriam fazer parte da agenda dos Tribunais. Não deveriam ter o direito a um julgamento para que não fossem beneficiados por falhas no Codigo Penal. Não deveria haver advogado no mundo que o quisesse defender. Constatado o crime perante médicos e testemunhas e provas e não sei mais o quê, era diretamente para a Penitenciária. Mas não numa cela isolada, com direito a banho de sol e "pasto". Deveria ficar junto a dezenas de homens famintos de vingança a quem quer que seja e ter colado a testa um aviso "animal perigoso, violador".
beijos e que Deus proteja sempre as nossas crianças.
:((
...
... mas não creio que seja culpa do juiz (e não deveria fazer diferença se o juiz é um homem ou uma mulher, as penas devem ser decididas com base nos factos e não na empatia que um juiz - homem ou mulher - possa sentir com os temas e/ou as vítimas) ... creio que é o nosso sistema de justiça, o nosso código penal, que estão obsoletos ... qual seria a pena máxima que poderia ser aplicada ao molestador, ao pederasta? provavelmente a pena máxima é ridiculamente mínima ... e é aí que reside o grave problema! têm que rever-se esses parâmetros que orientam os juízes, temos penas ridiculamente mínimas para violadores/pederastas/molestadores ...
E ainda há quem proteja os homens e por vezes, pasmem, ainda consideram a responsabilidade das vítimas como se tivessem "provocado" o violentador.
Gostaria de saber se, em Portugal, a palavra "pederasta" usada pela sinapse, tem outra interpretação diversa da brasileira.
Alguém me esclarece?
Há tempos li num ensaio sobre os direitos das crianças a seguinte frase que anotei:
"Quando uma sociedade deixa matar as crianças é porque começou seu suicídio como sociedade. Quando não as ama é porque deixou de se reconhecer como humanidade."
Era bom que essa JUIZA reflectisse um pouco e tentasse reconhecer-se como humana o que, pelos vistos, parece que não é.
Bjjj
...ela, a juíza, claro, nunca irá a julgamento com um caso assim, pois, não pode ter filhas para uma sentença assim.
Gente tão triste!
(Mãe, sms finanças - bj)
Desde ontem que estou para comentar. Mas simplesmente não consigo dizer nada. A dor é demasiada.Prefiro ir comentar ali em cima. Mas depois de passar pelos respectivos tascos
Fico sem palavras perante realidades destas!!! Doi demais pensar nas 2 meninas, com infância desfeita, presas ao passado de forma irremediável e com uma grande probabilidade de voltarem a viver o mesmo pesadelo ...
Beijo
sem palavras... esses casos, multiplos, de crimes tao hediondos que passam em claro pelos nossos tribunais fazem-me acreditar que Portugal esta na Europa. Fisicamente. Moralmente, legalmente , (...) somos pais do terceiro mundo
Eu, que sou completamente contra as penas pesadas, pena de morte etc etc e acho muitas vezes que o culpado precisa é de tratamento psiquiátrico e amor de mãe, em casos deste tipo de crime, fico revoltada. Era metê-los num hospício com tratamentos de electro-choques diários para o resto da vida!
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