Para não dizer que não falei das flores

"Há um menino, há um moleque, dentro do coração do Sr. Azulão... cada vez que o menino precisar, você, Azulinha, lhe dê a mão..."

Começou assim a minha primeira cerimónia de casamento, ao pé da praia, de sandálias rasas e olhos marejados... Foi linda, linda, linda. O pastor ecuménico absolutamente inspirado e eu a casar, coisa que nunca julguei vir a fazer, apesar das filhas e dos anos de convívio. Lua-de-mel em Paraty e a benção da minha Dinda.

Depois, casei outra vez, no civil, em Portugal. Só nós dois, de escapadinha. Sem contar a ninguém. Para finalmente no BI dizer "casada", o Sr Azulão já não aguentava esta pouca vergonha de eu ser mãe solteira de três... (parecia música da Ágatha!)

E então, casei pela terceira vez, numa cerimónia deslumbrante, celebrada pelo meu melhor amigo, na presença dos padrinhos dos meus filhos, com os canarinhos e o cocuana, meu pai, a levar-me ao altar (no Brasil tinha sido o mano de 1,90m, que chorou feito criança. Chorou neste também e avisou que não vai a mais nenhum casamento meu), numa capela pequenina, com a mesma roupa e o mesmo marido dos casamentos anteriores, com os filhos de branco, flores e ráfia. O casamento hippie da mamã, diz a Inês. Que giro, não foi uma daquelas secas que não há pachorra, disse a Ana. A camisetinha branca do Migas dizia "faça amor, não faça guerra; olha o resultado aqui".

O bom, mesmo, mesmo bom, foi ter sido pela terceira vez com o mesmo marido. Acho que o Azulão gosta muito de mim...