Quando entrar Setembro

" Quando eu morrer quero ir em fralda de camisa, defunto pobre, de luxo não precisa..."

10 anos sem Princesa do povo e ela ainda "vende" que se farta.

É por isso que amanhã vou caçar girassóis...

Fim de semana feliz!

Eça muito à frente!

"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista.É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por previlégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"

(Eça de Queiroz, 1867, in "O distrito de Évora")

Valha-me Deus que o homem era vidente!!!

Serpentes e Piercings

Porque ela entrou no meu consultório a falar sibilante, mostrando a lingua quase bifurcada (já falta pouco, agora vem a parte de cortar a ponta com o bisturi e finalmente terei a minha língua de serpente), fénix tatuada na nuca, piercings na sobrancelha semi-rapada, fiquei curiosa.

O que move esta miúda? O que a faz querer modificar o corpo , ter língua de réptil, provocar olhares de asco, medo até?

Para entrar no seu universo mais rapidamente, já que ela é escassa no seu sibilar,

resolvi ler Serpentes e Piercings, romance de culto de Hitomi Kanehara, japonesa que aos 22 anos conquistou o maior galardão das letras do seu país, o Prémio Akutagawa.

No livro, Lui, adolescente, erótica, pop, extravagante, ex-Barbie, à semelhança da autora, movimenta-se no submundo auto-destrutivo de uma Tókio desumanizada.

Sadomasoquismo e desilusão em busca de um sentido para a vida, uma língua de serpente, tatuagem de dragão e mais, dor, muita dor.

Queria encontrar um pedacinho da "minha" Lui, compreender o que a sua lingua sibilante não foi capaz de me dizer.

Perdi-a ainda mais.

O Regresso

Há mar e mar, há ir e... no voltar é que está o busilis (não sei o que será exactamente o "busilis", mas é uma daquelas palavras que sempre me encantou). Voltar da Cote d'Azur então...

Pois que não atino com nada, até o meu gabinete mudou de sítio enquanto me fui... Juro, depois de 16 anos no 17, passei para o 10, sem mais nem aquela!

Entre a eclâmpsia, a licença de maternidade, férias não gozadas o ano passado, férias deste ano e LICENÇA DE CASAMENTO (ah, pois é!, mas isso é assunto para outro dia...), foram oito meses e 24 dias.

Hoje nem no blogger conseguia entrar: esqueci-me do nome do utilizador, se é que isto é possível!!!

Enfim, beijinhos a todos que por aqui foram passando. Saudades, muitas, destas andanças que acabam por se instalar na nossa vida e nos enchem de conforto pelo carinho que aportam.

Encontro-vos por aí. Se conseguir não voltar a perder-me...