terça-feira, abril 08, 2008

E eu a pensar que era Primavera




Para celebrar a chegada da Primavera e do meu canarinho no ano passado, plantei jacintos. Juntei as crias, luvas, aventais, sachinho, terra preta e adubo e foi uma bagunça de terra e bolbos.
No tempo que durou a visita do canarinho, o verdinho floresceu, as flores lilazes abriram e um cheirinho bom espalhou-se pela varanda e acompanhava os jantares de "saudáveis" primeiro, besteirinha depois, não é tia?
Sem que lhes voltasse a tocar, este ano floresceram mais cedo. Estavam assim na semana passada.
Não tenho coragem de ir à varanda ver como ficaram depois das chuvas e ventos de ontem...

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segunda-feira, março 24, 2008

Flamingos em Alcochete

Um canário grande fez aniversário, ontem o pequenino também; começou a Primavera, foi o dia da poesia, chegou a Páscoa e comemos muiiito chocolate. Tanto para escrever, para celebrar, para partilhar. Só o tempo se manteve curto.

E os flamingos voltaram ao Tejo.
O passeio para as bandas de Alcochete trouxe-me o Bilene à cabeça: estavam ali, em duas nuvens cor-de-rosa e fechando os olhos até se conseguia ouvir o barulho do barquinho a motor, as palavras sábias do pescador "não pensa, patrão, pensar cansa e não resolve", um dia de bom "refrescamento" e abacate com limão e canela depois dos mergulhos no Índico.

Saudade também pode escrever-se assim, a cor-de-rosa, suponho.
E quando eles fizerem (finalmente) o aeroporto, levarão os meus flamingos para onde?
Farão o Bilene ficar ainda mais longe...

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terça-feira, novembro 13, 2007

André


Há 16 anos que é assim. Chega este dia e imagino-te no céu, a empinar o papagaio de cauda de estrelas que iluminará a minha noite.
Diz-me, ainda empinas papagaio ou agora já só ligas às meninas-anjo que fazem chover?
...como posso não sentir saudades tuas, filho?

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quarta-feira, outubro 24, 2007

África minha


A Assembleia Nacional francesa acaba de aprovar um projecto de lei para "controlo da imigração" que impõe restrições ao reagrupamento familiar, autorizando a realização de testes genéticos para provar a filiação de menores residentes noutros países, com mães radicadas em França, se estas os quiserem reclamar para junto de si.
Mais saneamentos de fazendeiros brancos origina revolta das populações contra o partido de Mugabe (o Zimbabwe tinha 4000 fazendeiros brancos e era um dos maiores produtores agrícolas de África).
Eu morava na Beira, Moçambique (não mudou de nome, apesar de tudo!) e o Zimbabwé era a Rodésia. País sem mar, os Rodesianos invadiam a Beira ciclicamente para virem a banhos. As "bifas" passeavam-se nos fins de 60/70 do milénio passado, de mini-saia estilo maxi-cinto, andavam sem soutien, usavam saidas de praia de renda transparente, faziam topless, um pesadelo para as mulheres portuguesas com os seus maridos cheios de torcicolos.
Os "bifes", sujeitos a leis raciais que proibiam "miscigenação", atascavam-se às negrinhas e as cubatas fervilhavam de actividade.
Na Praça do Município, havia uma enorme "piscina" (era mais um lago artificial que o movimento cubista, com décadas de atraso, tinha decidido construir rectângular) e dois imensos cafés, Riviera e Capri, com esplanadas maravilhosas, onde a "bifalhada" gastava rands e se entupia de cerveja. A seguir, uns faziam xixi para dentro da piscina, outros nadavam em pelota...
Tapou-se a piscina com relva e resolveu-se o problema. Era assim a reforma agrária, naqueles tempos.
Agora vou ali acender uma velinha e desejar que os homens se iluminem e já volto.



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