sexta-feira, novembro 30, 2007

Cirques


Sábado, dia mundial de luta contra a SIDA. Para mim, todos os dias, luta, sempre. Contra a ignorância, contra a impotência, contra a intolerância, a favor das diferenças. Pelo respeito a quem amamos.
Domingo, Cirque du Soleil. Eu vou.
Fim de semana feliz.

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quinta-feira, novembro 29, 2007

Maomé


"Maomé subiu à montanha. Quando estava em cima, não estava em baixo; Quando estava em baixo, não estava em cima; quando estava no meio, não estava em cima e não estava em baixo."
Esta era a lenga-lenga que eu usava, há mais de vinte anos, quando dava aulas a crianças com deficiências múltiplas, para ensinar as noções de "em cima", "em baixo" e "no meio". Fazíamos um jogo com o corpo todo, só com as mãos, com um bonequinho...
Como não morava no Sudão, não fui presa nem chicoteada por isso e diverti-me muito com as minhas crianças: ríamos quando alguém se enganava, mas era um riso bom que nos deitava ao chão e a aula acabava em farra. Ninguém sabia quem era Maomé, mas também não interessava nada; interessava aprender onde era "em cima", "em baixo"...
Gillian Gibbons, britânica, professora, está detida no Sudão por ter permitido que os alunos baptizassem em saula de aula um urso de peluche com o nome Maomé.
Foi denunciada pelos pais dos seus alunos de 6 e 7 anos e incorre numa pena de até 6 anos de prisão, 40 chicotadas e multa em dinheiro.
O mundo está a ficar um lugar estranho para se viver...

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quarta-feira, novembro 28, 2007

Para chinês ver

Confesso só ouvir a TSF pelo fútil motivo de adorar o "córner das nells" (é favor pronunciar como escrevi) da Denise (Ana Bola) e da Mª Delfina (Mª Ruef), que têm um negócio de aplicar unhas em gel num centro comercial.
Às vezes, ainda apanho o final do noticiário, que é coisa a evitar sempre que possível, mas deslumbrei-me com esta notícia ontem:
O governo chinês não quer que chova em Pequim durante as Olimpíadas e desde o ano passado que ensaia um projecto de controle climático: desvia nuvens para a Mongólia, faz chover no deserto de Gobi e "esfumaça" as nuvens que pairam sobre Pequim durante o dia, só permitindo que chova de noite.
O ano passado, quando começaram os ensaios, Pequim foi fustigada por chuvas que provocaram as piores inundações dos últimos 30 anos, MAS SÓ DE NOITE!!!
Durante o dia, era ver a chinesada a limpar os estragos, com o sol a brilhar no mais azul dos céus!
E pensar que os gauleses só tinham que temer que o céu lhes caísse sobre a cabeça...


PS: entre uma uáfél de chicolate (pronunciar como se lê, ófaxavori) e uma de açucre e canela, recomendo uma passada pelo corner das nells. Vale a pena, 8h20 da manhã, TSF.

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terça-feira, novembro 27, 2007

Era uma vez...


"Era um garoto que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones..." cantava o maluco beleza, a propósito de um jovem que não queria ir para o Vietnam, há muitos, muitos anos...
Era um menino que amava os aviões e os pára-quedas e foi para o Afeganistão, morrer num acidente de viação.
Era uma vez um superior que lhe queria dar honras de enterro militar e então, menino-anjo, o corpo ainda quente no caixão de madeira cor de mel, bandeira nacional em cima, discurso: "morreu de pé, como um herói, a lutar pela Pátria".
Era uma mãe e um pai que talvez nem entendessem se ele tivesse morrido de acidente de viação no IC19, quanto mais no Afeganistão!, "Isso é onde , sra. dra.?"
A lutar pela Pátria?, de pé?
Era uma vez um menino de 22 anos.
Vai hoje a enterrar. "Contra os canhões, marchar, marchar!"

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segunda-feira, novembro 26, 2007

Post dedicado


Dedico este post a todos os que queriam saber como tinha sido a aula de dança do ventre.

Correu lindamente! Não foi é exactamente como e onde devia ser, mas isso é só um detalhe...
Depois de uma manhã de trabalho calma, encarei uma lasanha para o almoço (carbohidratos trazem felicidade e dão força e eu precisava de ambos para ir balançar a pança com as miúdas à noite!).
Uma paciente após o almoço, depois pedicure e ir buscar as miúdas à Escola, era o plano. Era. Às 15h00 estava eu deitada no corredor das urgências do Curry Cabral, soro num braço, aparelho de tensão no outro, qual dança do ventre, ventre tão às voltas que a lazanha jazia esparramada metade na bata do Sr. Doutor (quem manda insinuar que "aquilo se calhar era só um ataque de ansiedade"?), metade no chão do tal correrdor.
PDI, malta. Eu acredito que sou mocinha. Eu juro que estou bem e sou forte e feliz, tenho mais é que ser saudável. Mas o processo Migas ainda cobra seus favores e fiquei hipertensa.
E tão bem que eu estava num momento, 17x12 de tensão arterial no seguinte. E 19x13 e mais...
O perigo são as isquémias cerebrais. Ora, como se o meu cérebro já não estivesse suficientemente danificado por tanta asneira a que é submetido diariamente.
Enfim. Razão tem a minha Dinda, que mandou ímã de geladeira onde se lê: "hipocondria é a única doença que eu não tenho".
Querem que conte como correu a minha estadia de 6 horas no corredor do Curry ou dispensam?

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sexta-feira, novembro 23, 2007

Brincas?


Corram, despachem-se: 18 minutos de atraso, hoje é sexta-feira, o trânsito vai estar infernal, vamos todas chegar atrasadas!

Siiiiim, a trança está direitinha, não, não dá tempo de trocar os collants, esses são fantásticos, tens a mochila para a natação?, aperta o cinto de segurança, vá lá, todos os dias isto... valha-me Deus, corre, vai lá buscar o telemóvel, arrrrrghhhhhh!!!


Finalmente todas no carro e na M80 esganiça-se Rui Veloso: "Todo tempo do mundo, tenho todo o tempo do mundo..."


Rui, querido, se não queres ver o meu lado lunar, VAI-TE CATAR, que é como quem diz, bom fim de semana e vai mas é cantar para outra freguesia...
Se tudo correr bem, hoje eu e as miúdas vamos fazer dança do ventre...

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quinta-feira, novembro 22, 2007

Crianças especiais


Os meus dias andam particularmente difíceis e longos. Para não fugir à regra, ontem, após mais um dia a bulir no consultório, reunião na Escola da filhota mais velha. Directora de turma, professores, representante dos Encarregados de Educação, representante da Associação de Pais (euzinha), professora de Educação Especial e uma miúda de 12 anos, a Delegada de Turma.

Discutia-se o problema de uma garota da turma que "está ao abrigo do 319" (artigo que visa inserir alunos com dificuldades específicas de aprendizagem em turmas comuns, com curriculuns reduzidos e adaptados).

Porque é lenta, porque não acompanha a turma, porque os rapazes gozam com ela. O relatório da psicóloga diz "défice cognitivo permanente", um dos professores teve a gentileza de "traduzir" por "é atrasada mental, pronto".

As sugestões dos presentes iam no sentido de "era até melhor para ela frequentar uma turma ou uma escola especial, 'tadinha, aqui sente-se humilhada...". Eu e professora de Ensino Especial trocávamos olhares de "tirem-me daqui".

Então, a miúda de 12 anos, Delegada de Turma, disse: "Quando eu andava na Escola primária conheci o Otto. Ele também tinha défice cognitivo e todos gozavam com ele. A minha mãe explicou-me que todas as pessoas são diferentes e todos têm sempre um talento especial para alguma coisa. O Otto era o menino mais meiguinho e com mais paciência para puzzles que eu já conheci. Eu ajudava-o sempre que podia e ele enchia-me de beijos cheios de baba, era um bocado nojento mas eu sabia que era porque ele estava feliz. Também ajudo esta colega e tenho conversado com os miúdos que a chateiam. Sei que nem todos têm uma mãe que os ajude a estruturarem-se para lidar com as diferenças, mas estamos a conseguir melhorar. Acho que ela está a aprender coisas connosco e acho maldade enfiá-la numa sala estranha, longe dos amigos que ela tem. Ela aprende, só que é ao ritmo dela e temos que respeitar isso. Eu voto contra a exclusão dela.

Ela não vai ser excluida. A bold, as palavras exactas que a miúda usou na sua argumentação.



Nota de rodapé: a mãe que ajudou esta miúda a estruturar-se para lidar com as diferenças sou eu. Não importa que a reunião tenha durado mais de 3 horas, ao fim de um longo e cansativo dia de trabalho. Fui-me embora com um sorriso parvo, mas suponho que qualquer mãe iria...

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quarta-feira, novembro 21, 2007

Suicídio Colectivo


Deu na TSF, hoje às 8h00 da manhã: "a PJ identificou um grupo de jovens de Casal de Cambra que planeava cometer suicídio colectivo com mutilações prévias (?), incentivados por um site de encontros da Internet".
Cá para mim, tencionavam matar-se porque ouviram o Sr. Inginheiro dizer ontem ao Sr. que desmanda na Venezuela que este era "muito bem vindo a este país que é o dele, Portugal".
Ou foi isso ou aquilo do Inginheiro ter telefonado ao Zapatero e o Marocas ter reunido com o rei Juan Carlos para lhes explicar que não fica bem mandar calar um chefe de estado eleito pelo povo.
Ou será por causa daquilo da tenda para o Kadafi?
Pensando bem, motivos não faltam... e morar em Casal de Cambra é capaz de também não ajudar!

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terça-feira, novembro 20, 2007

Rafaela


"Mãe, corre aqui! A Rafaela está outra vez a nadar de barriga para cima."
"Filhota, esta tua peixinha é mesmo especial!, deve ser por ter a barriguinha gorda, é a única do aquário que volta e meia nada de costas!"
"Foi por isso que eu a escolhi, ela é diferente dos outros peixinhos todos!"
..."Sim, Azulão?, querido, antes de vires para casa compras outra Rafaela? Esta também já foi para o céu dos peixinhos. Eu sei, é a 32ª..., mas eu não tenho coragem de contar a verdade, tu tens?"
No meio da profusão de peixinhos vermelhos, a Inês escolheu esta peixinha dourada da foto acima, porque tem uma calda que parece um véu de noiva e aquela barriguinha gorda deve estar cheia de bebés peixinhos! Agora, entra mês, sai mês, a Rafaela resolve nadar de costas...

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segunda-feira, novembro 19, 2007

Teoria da relatividade

Estão oito graus lá fora e começou a chover. Não bastasse ser segunda-feira, o trânsito vai ficar caótico, já é de dia mas a noite recusa-se a ir embora, o guarda-chuva da Inês está todo torto porque ela andou a usá-lo como bengala e a Ana resolveu vestir uma blusa de alcinhas com um casaquinho de manga três quartos "já sabes que daqui a pouco começa a fazer calor, mãe". A previsão é 16 graus de máxima, chuva até quarta-feira, que tal sandálias?

Na corrida até ao carro, evitei três poças de água e esparramei-me ao comprido na quarta. Ah, isto promete!

Tentando encontrar uma estação de rádio que me dissesse se a Circular era ou não um caminho a evitar no meio do caos em que a minha manhã se estava perigosamente a tornar, entreouvi..."mais de 30.000 mortos no ciclone que se abateu sobre o Bangladesh...desalojados...sem água potável, alimentos ou remédios...ajuda internacional..."

Redimensionando: chove onde?

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sexta-feira, novembro 16, 2007

Tolerância


Dia Internacional da Tolerância.

Tolerância zero para os intolerantes.

Bom fim de semana!

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quinta-feira, novembro 15, 2007

Maaiana


"Estou a um clic de pôr o Rodrigo à venda na Net. Esta coisa dos dentes está a dar cabo de nós!"
Era esta a sms da mamã do Rodrigo ontem. Ela, valentona e optimista, há semanas sem dormir, a ter que trabalhar todos os dias, os clientes a não pagarem, os prazos a cumprir, finalmente permitiu-se desabar. Só um pouquinho, que ela não é moça de grande desabamentos.
Lá concluimos que, ranhoso, chatinho e comilão, não haverá muito quem queira piolhinho. É sabido que a malta gosta deles calminhos e sorridentes. Lindos, de olhos azuis. Como ele é, quando não está dodói.
Eu também lá destilei a minha neura por causa da tal reunião que se previa de desastre, ontem.
E no fim resolvemos: vamos ao Maaiana. Temos que tratar do corpo e da mente. Da alma.
Vamos espetar umas agulhinhas de ouro nas costas, fazer uma massagem com óleo perfumado, beber um chá reconfortante, alinhar os chakras, abrir a terceira visão. Contemplar o jardim zen.
Fazer uma pausa na balbúrdia da cidade, no descontentamento dos nossos dias.
Sem clientes chatos, bebés torturados com dores de dentes, projectos interrompidos por gente incompetente. Sem pressa.
Nós merecemos.
Querem vir? O link está aí ao lado. Vale imenso a pena, ser feliz é bom. E também emagrece...

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quarta-feira, novembro 14, 2007

Surpresas!


Semáforo vermelho. De um lado, a parede imensa coberta de posters a anunciar o próximo concerto de Marilyn Mason, ar nauseado e olheirento, dois dedos enfiados na boca a puxar um vómito. Olho à esquerda, carrinha do Felisberto dos Leitões, com uma fotografia de leitão assado, esparramado e esventrado, pele tostada, maçã na boca. Ai o meu pequeno almoço...
Fecho os olhos. A locutora da M80 diz: "na juke box, Trovante e a sua 125 Azul".
A 125 Azul é minha! Sorrio. Graças a ela, a fadinha dos blogs ontem deu o meu número de telenone à menina que tem o sorriso mais bonito da blogoesfera. Só de lembrar, os meus olhos encheram-se de borboletas.
No telemóvel, a mensagem: Vai ter chamada-surpresa.
Então, atendo disfarçadamente (a polícia estava por perto): Olá, miminhos da blogoesfera. Disseram-me que hoje precisavas!
Ontem, o dia acabou assim: a minha 125 azul trouxe-me uma voz do sul, que só conhecia de ler e fez-me mimo-surpresa em dia de necessidade. Tão grata, minha mais nova amiga querida!
Hoje, não fosse logo mais a reunião de Saúde Escolar, havia grande chance de , apesar de tudo, o dia nascer feliz!

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terça-feira, novembro 13, 2007

André


Há 16 anos que é assim. Chega este dia e imagino-te no céu, a empinar o papagaio de cauda de estrelas que iluminará a minha noite.
Diz-me, ainda empinas papagaio ou agora já só ligas às meninas-anjo que fazem chover?
...como posso não sentir saudades tuas, filho?

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domingo, novembro 11, 2007

Antes, como agora


Deve ter sido por ver a Cinderela a sair descalça da carruagem-bolo, a excitação da piolhinha, os miúdos à volta, eu como o ratinho, eu é que faço anos, a Cinderela como eu, a tia Kris a pintar carinhas, o Rodrinho cabeludo e já com dois dentinhos, parabéns a você!

Foi disso, com certeza. Lembrei-me de mim a fazer 7 anos.

Sem dentes, como a Inês. A ida ao fotógrafo, para a fotografia oficial a preto e branco que depois se mandava à família na metrópole. O fotógrafo que "retocava" a foto e os dentinhos apareciam como mágica, mas só sabíamos se tinha ficado bem 3 semanas depois, se ele as tivesse posto na vitrine da loja. Se não, estariam dentro de um envelope de papel pardo, repetimos as provas? O vestido novo feito na modista, o tecido, os botões e o modelo escolhidos meses antes. As provas, as espetadelas de alfinetes, os sapatinhos de verniz, o cabelo caprichosamente escovado, as amigas, o bolo simples, redondo, coberto de acuçar cor-de-rosa, encomendado à Beth, a amiga inglesa dos papás, as velinhas. A prenda inesquecível, o meu primeiro diário, com chave dourada, para rabiscar desejos e sonhos.

E a Inês, também de vestido novo comprado dois dias antes, sem modista nem alfinetes, mas tomara que nenhuma das amigas vista um igual... 187 fotos digitais da festas que vimos segundos após terem sido tiradas, um bolo que é uma escultura, encomendado pela internet. A prenda inesquecível, um computador para treinar matemática, português e inglês a brincar.


Sabem? Só os sorrisos são os mesmos: também ela fez "covinhas" quandos os amigos cantaram a mesma música que eu ouvia naqueles Setembros idos. "...nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida..."



OBS: esta não é a foto dos 7 anos. Apesar dos retoques, essa não correu bem e não foi para a vitrine do fotógrafo. Esta é a dos quatro: estava com sarampo, tive vestido, sapatinhos de verniz e bolo à mesma, mas o fotógrafo teve que ir a casa...

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sexta-feira, novembro 09, 2007

Princesa


Chamas-me "minha conchinha", porque és a minha pérola, macia, perfeita.
Meu escorpiãozinho de asas douradas, olhos negros, cabeça na lua. Menina-Princesa-Vaidosa, que já nasceu com 2 colares ao pescoço. Valente, independente, doce, feroz, meu amor querido que me mudou desde a primeira vez que olhou para mim. Contigo, minha segunda filha, aprendi que a felicidade existe, pode vir em duplicado e eu mereço.
Bebé-menina, nossos rituais "mãe, aconchegas?, contas uma história?, limpas o rabinho?, fazes brigadeiro?"; o enterro da chupeta, a fada dos dentes, o mistério do Natal, as corridas de manhã, tu às minhas cavalitas, eu o cavalo Traquinas, tu a Pipi das Meias Altas (depressa, vamos ganhar à Ana) e o teu famoso mau génio matinal esvai-se...
Os teus desenhos fantásticos, o teu sorriso maroto, minha menina que adora peixe, grão, caracóis (iarrrrgh!), amendoins...
Hoje o dia é teu. Vais ter o bolo da Carruagem da Cinderela na Escola (podem vê-lo em http://www.omeubolo.com/), miminhos e surpresa para os amigos, vestido novo e "colanches" cor-de-rosa; as amigas vão dormir lá em casa e teremos uma animada festa do pijama, amanhã acordar de panquecas, ida ao cinema e à noite posso devolvê-las aos papás delas, sim?
É que eu quero curtir-te inteirinha só para mim, fazer brigadeiro, aconchegar, contar histórias...

quinta-feira, novembro 08, 2007

2,1% e mainada!


Não percebo os Sindicatos da função pública: greves e passeatas e alaridos só porque este ano teremos 2,1% de aumento.
Cambada de gulosos. Milhares de colegas nossaos desempregados quando pensavam que tinha estabilidade no emprego, centenas de postos de trabalho extintos por conta de Hospitais e Escolas que foram encerrados e o Sindicato a achar que tem o direito de espernear. Não tá direito!
Eu vou escrever uma cartinha ao Sr. Engº a dizer-lhe que generosamente prescindo do meu direito ao aumento. Convoco todos a fazerem o mesmo. Com a minha parte, ele poderá dar início às obras do novo aeroporto ou implementar mais rapidamente o TGV. Poderá mandar arranjar o sistema de aquecimento central do meu local de trabalho, o meu consultório é virado a norte e apesar de lá fora estarem 24 graus lá dentro estão 10 e EU TIVE QUE LEVAR UM AQUECEDOR DE CASA PARA NÃO MORRER DE PNEUMONIA!
E como hoje estou particularmente feliz e generosa, até digo mais: pode dobrá-lo bem dobradinho e enfiar (ai cala-te boca, não sou dada a calúnias e fofocas!) num sítio que, dizem, lhe dará imenso prazer.
Para completar, os leões ontem. Não bastava aquele final enguiçado. O MEU Azulão leão foi com o melhor amigo (1,80m e olhos azuis...) ver a partida e ficou num local onde estava a TORCIDA FEMININA do, ROMA. E as italianinhas no fim do jogo, SOLIDÁRIAS como só elas davam-lhes abracinhos e diziam "La fortuna, la fortuna", pressurosas. Tão, tão queridas!
Isto está a correr bem! É oficial: o meu anjo da guarda está de-fi-ni-ti-va-men-te zangado comigo.

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quarta-feira, novembro 07, 2007

O desafio da página 161


"Sou grato a Herr J.G., que também contribuiu com um exemplo mencionado acima, pelo seguinte relato de um lapso de escrita. O seu conteúdo é idêntico ao de um conhecido chiste de mau gosto, mas neste caso podemos excluir definitivamente a intenção de contar um chiste."
FREUD, Sigmund in Psicopatologia da Vida Quotidiana, 1901
Estou a ler este livro pela enésia vez. Começa com a célebre citação de Fausto O feitiço que agora, tanto está no ar, Não há quem saiba como evitar"
Parece-me adequado para os dias de desgoverno que correm...
PS: A Dinda desobrigou-me de responder ao desafio, mas fui desafiada por tanta gente que queria mesmo cumpri-lo!
Quem quer pegar num livro que esteja à mão, abrir na página 161 e transcrever o 5º parágrafo?

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terça-feira, novembro 06, 2007

Nojento!


Não me esqueci que tenho o famoso desafio da pg 161 para responder, mas hoje não podia deixar esta em branco, desculpem lá.


Em que espécie de coisa nojenta está a transformar-se este país, ou as pessoas que o habitam?

Estamos todos ao rubro com a história da Ana Maria, 43 anos, de baixa há 3 anos, devido a uma cirurgia mal sucedida que a deixou com incapacidades graves (errar é humano, médicos são gente...), e esta é só a primeira das asneiras múltiplas deste caso.

Como uma asneira nunca vem só, segue-se a junta médica que a declara incapacitada para exercer qualquer actividade (absolutamente correcto), que é em seguida desautorizada por outra que a considera muito jovem para se aposentar (ORGANIZEM-SE!!!).

Como asneira pouca é bobagem, uma mulher que não consegue virar a página de um livro, andar ou vestir-se sozinha é obrigada a voltar ao trabalho. Claro que alguém chamou as televisões e o fim de semana foi rechedo de notícias de Ana e suas incapacidades; ontem, a volta ao trabalho amparada pelos pais, idem.

A seguir o melhor de tudo: o mesmo Ministro de um governo que pressiona os médicos a não dar baixas a ninguém, o que já obrigou uma professora cancerosa a voltar ao trabalho, a Ana e mais uns quantos anónimos idem (claro que os médicos deveriam agir mais de acordo com a sua consciência profissional, mas suponho que desemprego e consciência serão às vezes incompatíveis...), foi a correr dizer às tvs, que a Ana voltava para casa e se ia proceder a averiguações, isto depois de a Procuradori Geral da República ter dito a Ana Maria que deveria recorrer a vias judiciais para defender os seus interesses, uma vez que este caso não se enquadrava "no âmbito de intervenção daquele organismo".


Agora é assim: bora correr para a TV, espernear e indignar o País, envergonhar o governo mais fascista que tivemos desde o 25 de Abril, a seguir pode ser que algum poderoso se interesse pelo caso e resolva o que à partida o simples bom senso resolveria!

Não há pachorra!

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sábado, novembro 03, 2007

Baixou a pomba gira na bruxinha!


Espero sobreviver a outro Ólouim. Este durou até hoje (fui ontem levá-las a uma festa e dormiram lá, acabo de ir buscá-las). E ontem desde as 6 da matina, como eu tinha previsto, procissão de putos a tocarem à maldita campainha...

O Migas andou estes dois dias a querer entrar no quarto delas, a bater à porta e a sentar-se desconsolado a chorar por não haver a tradicional bagunça à sua volta.

As bruxinhas já tinha comemorado em grande na quarta-feira: a mais velha, mesmo com teste de Português, levou uma teia de aranha desenhada do rosto, com uma madeixa de cabelo solto onde amarrámos uma aranha plástica com fio de seda, parecia mesmo que a aranha estava pendurada na teia! Uns calções curtérrimos, com collants pretos cheios de bruxinhas, esqueletos e abóboras impressas (abençoada Calzedonia!), a minha t-shirt de ólouim, preta com uma bruxinha a voar na sua vassoura, uma excitação imensa e os miúdos a assobiarem quando ela saiu do carro à porta da Escola (vontade de os correr todos à vassourada, mas depois lembrei-me que não sou psicótica...).

E a Inês, ah a Inês estava linda, com fato de bruxa, muito gira com a peruca de caracóis cor-de-rosa e o chapéu ponteagudo imenso. Levou um caldeirão cheio de doces para os amigos e então, aquela amiga que lhe queria roubar o namorado, quis meter a mão no caldeirão antes de ela achar que era hora. Ela não deixou, a outra disse que ela má e que agora é que ia mesmo namorar com o Vasco. PIMBAS! O espírito CK- gaija do nuorte baixou na pequenina que ficou possuída. Deu um esladão na outra, a outra caiu, a Inês sentou-se na barriga dela e toma lá mais uns tabefes e, como era briga de gaijinhas, safanões e puxões de cabelo, um totó da outra foi parar acima da cabeça, o outro desmanchou-se. A professora separou-as e a piolhinha ficou de castigo.

Esta é uma criança que nunca levou uma palmada sequer, nunca assistiu a cenas destas e é normalmente muito pacífica. Quando lhe disse que estava triste com ela, não se bate nos amigos, blá, blá, blá, ela respondeu chateada: desculpa lá mãe, a Guida também já me disse isso, mas eu disse-lhe que já tinha avisado. Ela apanhou porque quis, eu avisei que lhe batia se ela voltasse a meter-se com o MEU Vasco. Pronto, agora bati mesmo, acho que ela já nem vai voltar a pensar nele!!!

Uél, thanks God o Ólouim já acabou, agora só para o ano...

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