terça-feira, fevereiro 28, 2006

Mardi Gras


Ame-se ou odeie-se, é incontornável: hoje é terça-feira de carnaval!
Há desfile de escola de samba, aqui e acolá, corso, baile, bloco, trio eléctrico, mascarados, foliões, carrancudos, os que estão com pena de estar a acabar, os que só querem que acabe logo...
Carnaval do Rio, de Veneza, de Nice, de Loulé, cada país entra com o que pode e tem.

E há o famoso Mardi Gras, de Nova Orleans. Quem não se recorda dos foliões da Bourbon Street de outrora, quando o carnaval trazia à cidade um milhão de pessoas que a abarrotavam de copo de cerveja na mão e folia no coração, tornando a festa uma das suas maiores fontes de receita?
Nova Orleans, aliás, era lembrada no mundo apenas pelo Mardi Gras e pelos seus inusitados jazz-enterros, também eles desfiles de gente que toca, canta e dança.

Que deuses enlouquecidos juntaram carnaval e enterro, mandando o furacão Katrina?
Quem se lembrou neste carnaval de outros Mardi Gras de Nova Orleans?
Do que se mascararam os apenas 400.000 que este carnaval enfeitaram a cidade?

Onde se escondeu a alegria de quem te vai beijar agora, não me leves a mal, hoje é carnaval...?

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Verdade ou consequência?


Pensar que ainda ontem te falava de felicidade e de veres as coisas com o teu olhar mais bonito!
A sequência natural era falar de amor: sabes là, onde vendem e compram amor? Encontrei este escrito, entre as coisas que não viste:

"Je vais te faire decouvrir un philtre qui n'est ni une potion, ni une herbe, ni une encantation de sorciére.
C'est ceci: si tu veux être aimé, alors aime!", Seneque

Viste?, afinal era fàcil! Eu bem te dizia...

Decidir ser feliz


"Nous ne voyons pas les choses telles qu'elles sont, mais telles que nous sommes", Anaïs Nin

Ela foi infeliz, parece, numa primeira leitura. Chamava a si mesma a mãe de todas as deprimidas. Fez terapia com Otto Rank e mergulhou fundo nos mistérios da sexualidade e do inconsciente.
Amou desvairadamente e nem sempre se sentiu amada. Mas quando decidia ser feliz, era a mãe de toda a felicidade, digo eu.
...e devia pensar ela, jà que escreveu sobre decidir ser feliz como ninguém.

Hoje é domingo e hà carnaval là fora, podias tentar ser feliz também. Porque se vires as coisas como tu és, elas ficam, de certeza, tão mais bonitas!

sábado, fevereiro 25, 2006

Filosofia aplicada


Podia ser Dalai Lama. Confuncio? Do Petit Prince, talvez?
Até Paulo Coelho tem umas destas, quando se inspira nos poetas ingleses do séc. XIII do costume.
Mas não. Não tinha assinatura e dizia assim:

"Faites bien ce que vous faites. Vous serez contents de vous. Vous contenterez les autres."

Estava no stand de uma marca de carros de luxo.
Lembrei-me de que devia ser ensinado na Escola, se em casa tivesse falhado.
E recordei-me de uma outra coisa que tinha lido hà muito tempo, esta sim, do Petit Prince, cap. 21:

"C'est le temps que tu as perdu pour ta rose qui fait ta rose si importante"

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Poesia no Metro


Estava no Metro que parou na Place Pigalle: "Concurso de poesia, faça seus poemas viajarem connosco! "

E este, de exemplo:

"C'est comment le Sri Lanka?
C'est vert!
Et le Cameroun?
C'est comme l'Auvergne, avec des girafes."

Não tinha nome de autor, nem idade, injustamente, mas achei uma ternura!
Havia ainda um outro, sobre alguém que sofria do coração e que para melhorar deveria dançar um tango argentino, mas esse não consegui copiar, o Metro partiu.

Doce, poesia no Metro, como se não bastasse Paris ser jà poesia em movimento, em cada esquina, atràs de cada pedra... E na Place Pigalle, onde os poemas costumam endurecer, noite dentro!

PS: desculpem os acentos que saem ao contràrio, o teclado deste computador é, talvez, a ùnica coisa de Paris onde, por mais que tente, não consigo achar poesia!

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Paris, Paris


A primeira vez que vi Paris foi por causa de uma capicua; éramos três e de repente já era dia das mães, champagne no Hippopotamus.
Da segunda vez , sozinha, meditei: já eram 40 e não adiantou ter deitado aquele bilhete ao Sena.
Da vez seguinte, pediram-me em casamento. Fiquei feliz e não aceitei.
A seguir foi só para ir almoçar com uma querida dupla carioca, era primavera nos nossos corações, comemos crepes, bebemos cidra, intoxicámo-nos de afectos e sentimos que éramos chiques. Tudo graças a Santos Dummont, de uma maneira ou de outra!
A última foi mesmo, mesmo especial, era como se fosse a primeira, era como todos merecem que seja Paris: apaixonada!!!
Agora, é já no próximo avião: merci d'avoir partagé ce bout de chemain avec moi. Au revoir.

Juro que adorava que viessem para nos deslumbrarmos com aquele Chaggal...

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Homenagem


"é apenas um galho...
(?)
não está nu
não está morto

está despido
porque em liberdade no seu ciclo de vida

não sei bem se é andorinha o que quero dizer
é apenas um galho

talvez desenho de folhas e flores sob azul",

dizias hoje, olhos rasos de lágrimas porque tinhas perdido o caminho e não achavas a esperança.
E esses olhos azuis que teimam em queimar e arder, mesmo quando a voz esmorece!
Vês como também tu escreves bonito?

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Las tres edades y la muerte


Dói. Ficas a olhar para ela e a dor vai chegando de mansinho e ficando, ficando.
As criaturas vivas parecem já ter partido. A morta tem olhos vivos, só ela parece pulsar.
É flamenco, de 1547.
Refere-se ao efémero dos prazeres mundanos, à beleza que se esvai, ao tempo , aos tempos que não vamos tendo.
Ao ciclo nascimento-reflorescimento-devanescimento-renascimento.
À desolação ocre e amarela.
Aos sonhos que perdeste enquanto os peitos murchavam e os cabelos empalideciam.

Onde estavas quando a encontrei no Prado e não mais a esqueci? Era nosso o bebé que dormia?

Para alguém que tem saudades de um amor que para sempre viverá em si e que sonhou com um portão fechado.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Segunda - feira


Segunda-feira só é bom se for feriado.
Ou se for véspera de algo.
Ou se for menos um dia a faltar para chegar logo aquilo especial porque esperas.
Então, segunda-feira pode ser

Un monde parfait

"Ce matin j'imagine un dessin sans nuages
Avec quelques couleurs comme me vient mon pinceau
Du bleu, du rouge, je me sens sage comme une image
Avec quelques maisons et quelques animaux
...
Un oiseau, un enfant, une chèvre
le bleu du ciel, un peu du sucre, un peu de sel
Un crocodile, quelques fleurs, une abeille
Et ce soir je m'endors au pays des merveilles."

Ilona Mitrecey

Esta segunda-feira é assim.
Faz-me lembrar aquela em que comprámos em Paris a camisola impossível de usar.
A camisola de sonhar. E já falta menos um dia.

domingo, fevereiro 19, 2006

Bonsai-killer


Deve ser do meu ar zen total: quase todos os meus amigos já cairam na asneira de me oferecer um bonsai. Não adianta dizer que não tenho jeito para a coisa e que invariavelmente o destino dele será o cemitério de bonsais. Tratam de sofisticar a oferta com manuais de cultivo, técnicas de poda, vasos e tesourinhas especiais. E eu pacientemente vou dizendo, malta não resulta!, nunca chego à fase da poda, da mudança de vaso, não chego nem à terceira página do manual. Não é falta de pôr em local ilumiado, seco ou húmido conforme a espécie, regar pouco ou muito, música suave e muita conversa doce... é só uma incompatibilidade violenta que já me fez assassinar sete! Logo alguém refuta, mas as tuas violetas estão sempre lindas, vá lá, ainda não pegaste o jeito. E tumba, mais um bonsai, que rapidamente perde as folhas, se retorce , seca e murcha. Mais um cadáver a enroscar-se acusador na minha consciência.
Em Setembro, alguém que pouco suspeitava estar na presença de uma serial killer ofereceu-me, adivinhem!, sim, um bonsai. Com mil recomendações e a possibilidade de o levar para o hospital de bonsais se houvesse alguma emergência. Eu e o novo bonsai estranhámo-nos de caras: ao fim de uma semana o pobre já só tinha três folhas!, bem, mas era de uma espécie de folha caduca e tal... Resumindo, ele tem estado em coma desde aí. Na semana passada, quando considerava passar ao velório e enterro, mãos verdes cuidaram dele, fizeram a trasladação do corpo para outro vaso, mudaram a terra (não importa que eu também já o tivesse feito...) e voillá! Tenho o primeiro bonsai que sobreviveu á sua existência comigo! Está lindo, todo verdinho e ultrapassou a barreira das quatro/cinco semanas, tempo médio em que costumamos suportar-nos. Já lá vão mais de cinco meses!!!


Obs: que fique aqui bem claro que não tenho rigorosamente nada a ver com o jovem negro que apareceu enforcado há mais de vinte anos numa mangueira do jardim do Liceu Pero de Anaia. A minha vocação para serial iniciou na última década, restringe-se a bonsais e até para isso pareço estar a perder o jeito!

sábado, fevereiro 18, 2006

Menina 20% anjo


Estava lá, preto no branco:

"A Amazónia tem um dos maiores índices de prostituição infantil do mundo. A cachaça e a alteração dos costumes pela TV, estão intimamente ligados aos aspectos que induzem ao incesto em Manaus e Belém. A mulher nativa é sensual de nascença e com a TV passou a usar shortinhos, salto plataforma. Ficou muito erotizada. Na roça a vida é dura. No fim de semana, os homens bebem. Muito. Daí o pai, o irmão ou outro familiar agride sexualmente a menina. E ela tem um mecanismo de defesa que a faz fugir: apanha o primeiro barco e vai para a cidade, onde acaba na prostituição."

Adaptado de trabalho realizado por Daniela Chiaretti e Fernanda Cirenza


Causa e efeito, rápido, em linha recta. Sem tempo para subtilezas biopsicossociais.
Mas tu só leste que a Amazónia, pulmão do planeta, está a ser devastada pelas moto-serras e isso é crime ambiental contra a Humanidade. Até o Sting ficou chateado com a questão e se pintou de índio para protestar. Bem, aos homens das moto-serras dá jeito terem onde se aliviar sexualmente. E assim fica fechado o ciclo predador/presa, necessário ao equilíbrio das espécies.

E pensar que ainda ontem falávamos de tolerância!

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Minutos


Num minuto podes piscar os olhos 24 vezes
e o teu coração baterá mais de setenta
Um minuto vezes sessenta vezes vinte e quatro
dá-te a infinidade de minutos que tens para gastar por dia

e tudo isso vezes 365 dias, vezes 2006 anos, se contares só os depois de cristo.

Quantos minutos passados, quantos desperdiçados.

E ainda teimas em achar que os homossexuais não podem casar e que muçulmanos, judeus e católicos são irreconciliáveis e que uns cartoons merecem despoletar guerras.

Desculpa, tens assim tantos minutos para perder com parvoíces?

Dou-te um minuto para descobrires o que é tolorância.
Talvez descubras que a fruta proibida do paraíso afinal era a laranja...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Com que sonhas?


Era uma vez uma girafa que sonhava ser bailarina, mas era pescoçuda e desengonçada e os outros não deixaram.
Então, foi ser psicóloga, para entender os que não deixam e os que não são deixados.
Depois, encontrou um aquário que lhe disse que, se ela mergulhasse nele, podia bailar para sempre.
A girafa ficou tão feliz que as suas manchinhas viraram beijos que ela distribui e sobre os quais rodopia encantada. E o aquário tem agora muitas manchinhas no pescoço.


I'm gonna love you day in and day out for the rest of my life, porque é disso que são feitos os sonhos.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Pós-festa


Tempo de arrumar o coração para a próxima festa.
Carnaval, ou um dia qualquer?
Pós-festa, felicidade e muita canseira.
Sou só eu, ou hoje ainda há amor no ar?


Juro que quando fui tentar espantar o sono, a minha chávena de café sorriu para mim.
Foi bom p'ra ti também?

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Magia


"Se você deseja ser possuída pelo seu amado com a paixão e a luxúria dos faunos, cubra-se com os líquidos da terra. Encha a banheira de água quente e acrescente meio quilo de flocos finos de aveia, uma xícara de óleo de amêndoas, 30 gramas de pétalas de rosas, nove gotas de óleo de patchuli e três xícaras de iogurte natural. Espalhe velas acesas pelo banheiro e queime incenso de sândalo. Coloque uma música suave para tocar (Debussy é ideal) e leve para a banheira um bom livro de poesias (...). Leia os poemas em voz alta, procurando sentir cada palavra. Medite sobre elas. Depois, seque-se naturalmente, sem o auxílio da toalha e dê uma atenção especial à sua pele. Passe um bom hidratante no corpo, nas mãoes e nos pés. Use uma colónia suave, levemente adocicada. Escolha a roupa mais bonita que tiver no armário e não use nenhuma roupa íntima. Troque a roupa de cama e pingue algumas gotas de sândalo sobre os lençóis. Espalhe pétalas de rosa sobre a colcha. Depois arrume a mesa com esmero, coloque champanhe na geladeira e espere o amado chegar (...)"

Uma bruxinha apresentou-me esta outra bruxa, Márcia Frazão, in "Amor se faz na cozinha".

A receita funciona. Sempre. Se não houver um amado para nos possuir com paixão e luxúria, garantidamente teremos um fantástico banho com ingredientes que amaciam e perfumam a pele, encantaremos o espírito com poesia e música, dormiremos numa cama cheirosa e enfeitada, depois de uma refeição magnífica, com direito a champanhe e tudo. Arrisquem. Mimem-se. Permitam-se uma noite especial e sejam felizes. Alguns namorados não são!

O dobro e o nada


Preparando amanhã,
hoje até a lua se encheu
grávida de esperança
transbordando ternura

pois que para quem tem nada
metade é já o dobro.

domingo, fevereiro 12, 2006

De amor e de amargura


"Nenhum amor dispensa uma gota de ácido", Drummond

"Ah, insensatez que você fez
coração mais sem cuidado
fez chorar de dor o seu amor
Um amor tão delicado
...
Ah, meu coração, quem nunca amou,
não merece ser amado", Vinícius

"Mas conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal que mata e não se vê
Que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como e dói não sei porquê.", Camões


Só os poetas são felizes a rimar amor com dor.Felicidade pode muito bem ser o arrepio que sinto quando me descubro no sorriso dos teus olhos. Mas eu não sou poeta.

sábado, fevereiro 11, 2006

datas, namorados e gestalts




E quem não tem namorado?
Dia mais irritante, data mais besta, coisa do comércio, é lá preciso dia da mãe, da criança, do pai, dos namorados?
Só para espetar quem está sozinho, obrigar a encarar o que nos outros dias dá para disfarçar. Neura. Neura! Neura!!!
Mas e para quem tem, é bom? E o que compro para ela? E onde vamos comemorar? E se ao menos ele se lembrasse que todas as mulheres adoram flores...e se, e se...
Seja qual for a nossa decisão sobre o assunto, é incontornável: o dia dos namorados vem aí e é já treça-feira.
Eu estou em clima de contagem regressiva. Diria Ângela, é pré-festa!

"Eu faço as minhas coisas, vcê faz as suas.
Não estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas
E você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas.
Você é você e eu sou eu
E se, por acaso, nos encontrarmos, é lindo.
Se não, nada há a fazer", terá dito um dia Pearls a um dos seus namorados, ou isso seria desvirtuar muito a oração da Gestalt?

Não era bom se fosse assim, namorados ou não?

Perde o pensamento para chegares aos sentidos, há que esvaziar-se para que seja possível voltar a encher-se.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Segredo


Psiu! vou contar-te um segredo. Um segredo é mesmo um segredo, mas este foi o Alberto (Einstein) que me contou, creio que contaria a ti também.

"A vida é como jogar uma bola na parede:
Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul;
Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde;
Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca
e se for jogada com força, ela voltará com força.
Por isso, nunca jogues uma bola na vida
de forma que não estejas pronto para recebê-la de volta.
A vida não dá nem empresta
não se comove nem se apieda.
tudo o que faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos."

Pronto, contei-te um segredo. Lembra-te que é um segredo, não contes a mais ninguém.

E cuidado com a forma como jogas a bola!

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Um gato, gatinho...


Este é o gato feliz da Inês
tem pés em forma de flor
anda na pontinha dos dedos
e sabe muitos segredos.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Poesias


" A gente não sabe o lugar certo onde colocar o desejo"

"Pois quando eu te vejo, eu desejo teu desejo"

"Tou com saudade de tu, meu desejo"

"Deseja-me. Eu desejo-te em dobro"

"Havia mais que um desejo, a força do beijo, por mais que vadia, não sacia mais"



"Muda, pois quando a gente muda, o mundo muda com a gente"


Hoje só desejo que desejes; que só mudes o que não desejas mais e que estejas sempre onde estiver o teu desejo.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Convite

"A natureza, em primeiro lugar, fez de nós seres que, em lugar de ficarem inclinados para a terra, são altos e erectos a fim de que possam, ao olhar o céu, tomar conhecimento dos deuses. Pois os homens estão na terra não como moradores ou habitantes, mas como espectadores das coisas supraterrestres e celestes, espectáculo que não é para nenhuma outra espécie animal. "
Cícero

Convido-te a reflectir sobre a história do teu herói preferido, lembrando que o verdadeiro caminho do herói é o da vida criativa, o caminho da mudança que leva a uma nova vida. E esse caminho não está reservado a uns poucos escolhidos, todos nós, homens e mulheres nascemos para ser heróis.
Diz-me, quem é o teu herói?

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Antigamente



Antigamente a vida era outra,
aqui neste lugar
onde agora rio

Havia dor onde vês flores
E das mangas só se sentia o amargo do verde, os fiapos do caroço

Já nenhum anjo sussurrava ao ouvido
Até ela tinha partido

O rio passava e
todos sabem que os rios nascem para morrer
um dia,
como os amores

Antigamente



mas o que queres lembrar
é o de hoje
para pensares que é festa

domingo, fevereiro 05, 2006

Portas


O que imaginas atrás da porta azul
por onde teus olhos viajaram

A esperança
sairia
se ao menos a abrisses e espreitasses?

sábado, fevereiro 04, 2006

Ano Novo Chinês e Feng Shui

Começa hoje o ano solar 4.703.

A festa de Ano novo chinesa deste ano realizou-se a 29 de Janeiro, de acordo com as tradições da astrologia chinesa, baseada no calendário lunar.
Mas hoje começa o ano regido pelo feng shui, baseado no calendário solar.

Para uma total compreensão dos factores que influenciarão 2006, é necessário interpretar as vibrações juntas dos calendários solar e lunar.
Estamos no ano do Bing Xu (Xu, cão e Bing, fogo), Cão de Fogo e, de acordo com as características deste animal, este será um ano em que as pessoas se sentirão estimuladas para a busca da verdade, justiça, integridade e lealdade.
De acordo com a tradição chinesa, é um óptimo período para casamentos, pois será um ano com duas primaveras e 13 meses; este fenómeno só aconteceu 12 vezes desde 221 AC.



...então vamos casar?

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

só o rosa ficou...

nuvem cor-de-rosa
memórias de algodão doce
saudades aflitas
coisas que nunca mudam
como os flamingos daquela praia do Índico
onde o resto partiu
só o rosa ficou

Diz-me, com um rosa assim,
terás que ser forçosamente um bocadinho feliz...

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

E se alguém te oferecer flores?


...poderia ser amor... se não fossem as margaridas, as pétalas soltas, o sorriso nos olhos...
Asas de borboletas coloridas, a delicadeza de uma alma nobre.
Pronto, está dito!
Aceita as flores. Nem sempre te oferecerão coisas lindas. Nem sempre as intenções serão as melhores.
Nem sempre o dia nasce feliz...
...nem sempre estarei aqui.



Hoje ganhei flores. Uma que nunca consigo pronunciar correctamente o nome. Sozinha. Orgulhosa e esbelta na sua solidão. Fresca e linda.
E quatro rosas vermelhas, porque nós quatro somos o amor.


Obrigado a quem me oferece flores e tantas coisas boas.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Obrigada!!

Esta foi a forma mais original, generosa e manhosa que eu arranjei para agradecer tudo o você fez por mim.

c_mim

Foi sem graça nem pensando
Na desgraça que entrei pelo calor
Sem pendura que a vida já me foi dura
Para insistir na companhia.

O tempo não me diz nada
Nem o homem da portagem
À entrada da auto-estrada
A ponte ficou deserta nem sei mesmo
Se Lisboa não partiu para parte incerta.

Viva o espaço que me fica pela frente
E não me deixa recuar
Sem paredes sem ter portas nem janelas
Nem muros para derrubar.

Talvez, um dia me encontre.
Sim, talvez me encontre.
Curiosamente, dou por mim pensando
Onde isto tudo me vai levar
De uma forma ou de outra há-de haver
Uma hora para a vontade de parar

Só que à frente o bailado do calor
Vai-me arrastando para o vazio
E com o ar na cara vou sentindo
Desafios que nunca ninguém sentiu.

Entre as dúvidas do que sou
E onde quero chegar
Um ponto preto quebra-me
A solidão no olhar.

Será que existe em mim
Um passaporte para sonhar
E a fúria de viver
É a mesma fúria de acabar.

Foi sem mais nem menos
Que selei a 125 Azul
Foi sem mais nem menos
Que partiu sem destino nenhum

Foi com esperança
Sem ligar muita importância
Aquilo que a vida quer
Foi com força acabar por se encontrar
Naquilo que ninguém quer.

Mas Deus leva os que quer
Só Deus tem os que ama.